quarta-feira, 18 de maio de 2011

No Mundo ao Contrário

 No mundo ao contrário
A árvore é dicionário,
O gigante é baixinho
E o mundo pequenininho.

No mundo ao contrário
O dinheiro paga em humanos
A casa que fala sem parar.
No mundo ao contrário
Tudo se resume a imaginar.

No mundo ao contrário
As casas têm asas,
Os sem abrigo têm casas
E o ódio é imaginário.
 
No mundo ao contrário
O cão cuida do veterinário,
Os filhos andam atrás dos pais,
A freira casa-se com o padre
E os gatos lêem jornais.

No mundo ao contrário
Temos asas para voar,
Os aviões são terrestres
E os peixes nadam no ar.

No mundo ao contrário
O cão bebe leite,
O rato come o gato
E nós roemos o sapato.

No mundo ao contrário
Os jogadores jogam com as vassouras,
A bola é um balde
E as balizas são cenouras.

No mundo ao contrário
O mar torna-se terra,
A terra torna-se mar.
Coitados dos animais,
Não sabem onde vão morar.
O azul torna-se verde
E o verde torna-se azul.
Coitado do céu,
Coitada da floresta,
Nem sabem o que lhes resta…

No mundo ao contrário
O papel escreve na caneta,
Os livros guardam a mochila
E o camelo anda de lambreta.
A água bebe o gato
E a erva come o pato.

No mundo ao contrário
O Verão é Inverno,
Mas a chuva não molha
E o orvalho é eterno.

No mundo ao contrário
O quadro escreve no giz
E o pai diz para o filho, feliz,
Que os TPCs já estão feitos.

No mundo ao contrário
O papel corta a tesoura,
A prenda embrulha o papel
E a água bebe o Miguel.

No mundo ao contrário
A cadeira senta-se no Homem,
O caranguejo anda para a frente
E as pessoas amam-se verdadeiramente.

No mundo ao contrário
O bebé leva a mãe ao colo,
As plantas regam o jardineiro
E quem manda é o tolo.


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